18 de junho de 2011

JAC J3 no Brasil

jac-J3-turim-g-20110311A mais agressiva das montadoras chinesas a desembarcar no Brasil até agora mostrou oficialmente nesta sexta-feira (11) suas armas para concorrer com VW Fox 1.6, Chevrolet Agile e Renault Sandero. O compacto JAC J3 chega ao país em versões hatch e sedã com preços a partir de R$ 37,9 mil, pacote de equipamentos completo e promessa de garantia de seis anos sem limite de quilometragem.


A ideia, segundo o presidente da JAC Motors Brasil, Sergio Habib, é conquistar o consumidor infiel, aquele que não valoriza tanto a relação com a marca e que busca uma alternativa aos peladões, termo utilizado pelo garoto propaganda da marca, o apresentador Faustão, para descrever os concorrentes.

- O consumidor mais infiel à marca é o brasileiro. Em pesquisas, somente 10% deles falam que vão comprar um carro da mesma marca do que têm agora.


Versão Turin (sedã) tem porta-malas com capacidade para 490 litros de bagagem / Divulgação

E o que o J3 e o J3 Turin (a versão sedã) oferecem pelo preço? Motor 1.4 com bloco de alumínio e 16 válvulas com comando variável, que gera 108 cv de potência. Parece bom, mas é importante notar que tanto a potência máxima quanto o torque (14,1 kgfm) vêm a altíssimas 6.000 e 4.500 rpm, respectivamente. O câmbio é manual de cinco velocidades.

Com exceção da pintura metálica e do banco de couro, todo o resto é de série. Freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força dos freios), airbag duplo, trio elétrico, ar-condicionado, direção hidráulica, faróis com regulagem elétrica de altura e sensor de estacionamento tornam o chinês interessante pelo preço. Rodas de liga leve e rádio completo com seis alto-falantes também entram no pacote.

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Motor 1.4 com bloco de alumínio e 16 válvulas com comando variável gera 108 cv de potência/Divulgação

A única diferença do hatch para o J3 Turin (R$ 39.900) está mesmo no porta-malas. Enquanto o pequeno tem capacidade para 250 litros, o grande transporta 490 litros. De resto, é tudo igual.

Habib afirma que os veículos somaram 2 milhões de quilômetros de testes de rodagem no país e que 242 componentes foram adaptados, tropicalizados para atender a preferências do consumidor nacional.


Seis anos de garantia

Outra arma importante da JAC Motors Brasil para conquistar consumidores desconfiados dos carros chineses são os seis anos de garantia sem limite de quilometragem. Para usufruir desse benefício, o motorista tem que fazer todas as revisões nas concessionárias da rede. Pode causar estranheza ao brasileiro que essas revisões ocorram obrigatoriamente a cada 5.000 km, e não a cada 10 mil km, como é costume. Habib explica que isso foi uma exigência dos chineses.

- Pelo menos nos dois primeiros anos, a montadora quer saber exatamente como o carro vai se comportar aqui, por isso exigiu revisões a cada 5.000 km. Depois, isso pode mudar.

Para fazer as revisões, o consumidor contará, a partir do dia 18 de março, com 46 concessionárias em 28 cidades. Outras quatro revendedoras sem oficinas também serão inauguradas na data.

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Com exceção da pintura metálica e do banco de couro, todo o resto é de série no J3/Divulgação

Habib, que já foi presidente do grupo PSA Peugeot Citroën no Brasil, diz que espera vender 35 mil carros até o fim do ano, na proporção de dois hatches para um sedã. A ideia, segundo o executivo da JAC, é tirar participação das grandes montadoras nacionais.

- O que eu quero é reduzir a participação de mercado de GM, Ford, Volkswagen e Fiat. As outras chinesas não me importam. Eu não tenho o mínimo interesse nelas.

jac-J3-traseira-g-20110311JAC aposta na garantia de 6 anos sem limite de quilometragem para vender 35 mil carros em 2011/Divulgação

Manutenção e seguro
A JAC claramente quer conquistar o consumidor pelo bolso. Para isso, promete o pacote de revisões mais barato do Brasil. Se tomarmos por base o valor fechado atualmente, o comprador vai gastar, no total, R$ 579 com revisões até os 30 mil km. Até os 60 mil km, seriam R$ 1.575.

Habib também afirma que as primeiras cotações de seguro mostram que, para proteger o J3, o consumidor vai gastar cerca de R$ 1.000 por ano. O executivo não especificou a que cidade ou Estado o valor se refere.

Resta saber se todos esses valores vão se confirmar na vida real e se o consumidor brasileiro, por mais infiel que seja, vai dar o benefício da dúvida a uma marca desconhecida.

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Mais em: r7.com

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